Potenciais Evocados (PE) é um exame neurofisiológico fundamental para avaliar a integridade das vias do sistema nervoso, funcionando como um mapa do “sistema elétrico” do corpo.
O exame mede o tempo que um estímulo sensorial (seja visual, auditivo ou tátil) leva para viajar por um nervo, passar pela medula espinhal e chegar até as áreas correspondentes no cérebro. Se houver alguma lentidão ou bloqueio nesse caminho, o exame consegue detectar.
Os 3 Tipos Principais de Potenciais Evocados
O serviço se divide em três modalidades principais, dependendo da via neural que se deseja estudar:
Potencial Evocado Visual (PEV)
- O que avalia: Toda a via da visão, do nervo óptico até o córtex cerebral.
- Como é feito: O paciente senta-se em frente a uma tela que exibe padrões quadriculados ou flashes de luz.
- Principal indicação: É um exame crucial na investigação de Esclerose Múltipla, pois pode detectar inflamações no nervo óptico (neurite óptica), muitas vezes antes de serem visíveis em outros exames.
Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico (PEATE ou BERA)
- O que avalia: A via auditiva, desde o ouvido interno até uma parte do cérebro chamada tronco encefálico.
- Como é feito: O paciente usa fones de ouvido que emitem uma série de cliques.
- Principal indicação: É amplamente utilizado na triagem auditiva neonatal (“Teste da Orelhinha” em bebês) e para diagnosticar tumores ou outras lesões no nervo auditivo e no tronco cerebral.
Potencial Evocado Somatossensitivo (PESS)
- O que avalia: As vias da sensibilidade do corpo (tato), desde os nervos dos braços ou pernas, passando pela medula espinhal, até o cérebro.
- Como é feito: Pequenos e indolores estímulos elétricos são aplicados nos punhos ou tornozelos.
- Principal indicação: Avaliar a extensão de lesões na medula espinhal (após traumas ou por hérnias de disco) e auxiliar no diagnóstico de doenças desmielinizantes.